O tratamento padrão-ouro para o câncer do reto não-precoce é cirúrgico pela excisão total do mesorreto.
Para os casos de alto risco de recidiva, a neoadjuvância or quimo e radioterapia é empregada.
Para os casos de câncer precoce de baixo risco, a ressecção local pode ser empregada.
Devido a elevada morbidade associada à retossigmoidectomia com exsicam total do mesorreto e em função de alguma evidência favorável ao tratamento de casos selecionados de câncer T2 ou N(+) por quimo e radioterapia, deseja-se estudar o papel da neoadjuvância seguida de ressecção local no tratamento do câncer do reto.
Garcia-Aguilar e cols. apresentaram recentemente no Congresso Europeu de Coloproctologia (Barcelona: 24-26 de setembro), resultados do esperado ACOSOG Z6041.
Nesse estudo, pacientes com adenocarcinoma do reto distal uT2N0 <= 4cm e localizados até cm da borda anal foram tratados por quimo (capecitabina e oxaliplatina) e radioterapia (50,4 Gy) preparatórias seguidas de ressecção local sem exsicam total do mesorreto.
Setenta e dois pacientes foram analisados. Após seguimento médio de 4,2 anos:
Recidiva local ocorreu em 2 (3%) casos;
Recidiva a distância ocorreu em 5 (75) casos, e
A sobrevida livre de doença após 3 anos foi de 87%.
Concluiu-se pela possibilidade de se considerar o tratamento por neoadjuvância seguida de ressecção local como uma alternativa possível para casos selecionados de câncer do reto.