Durante algum tempo, a colectomia direita não era considerada uma boa indicação para a via de acesso por vídeo.
A necessidade de realização de uma incisão abdominal mediana ou transversa para a exteriorização do espécime e a necessidade de se empreender uma etapa através dessa incisão (a confecção da anastomose) representavam os principais motivos pelos quais as vantagens atribuídas à colectomia direita por vídeo eram consideradas discretas quando comparada à cirurgia convencional.
Associadamente, tumores grandes requeriam uma incisão de extração maior.
No entanto, a prova do tempo demonstrou exatamente o oposto.
A realização de uma operação totalmente laparoscópica possibilita que uma incisão de serviço seja feita em um local diferente da linha média, por exemplo na região suprapúbica, o que torna essa incisão mais cosmética e segura.
Associadamente, prescindir da exteriorização do espécime por meio de uma incisão ao se realizar uma operação totalmente laparoscópica resulta em diminuir a extensão da dissecção normalmente realizada.
Por fim, o domínio da confecção das anastomoses intracorpóreas pelos cirurgiões colorretais novamente vem a serviço do paciente na medida em que também esse importante tempo operatório pode ser gravado e documentado, o que é de especial importância para a condução dos casos onde complicações infecciosas da anastomose ocorrem.
No presente vídeo, demonstra-se a realização de uma operação de colectomia direita totalmente laparoscópica por neoplasia do cólon direito em paciente obesa. Cuidados técnicos específicos para a videocirurgia colorretal oncológica em pacientes obesos podem ser avaliados. Por exemplo, a retirada da peça por uma incisão auxiliar foi executada antes da confecção da anastomose, o que trouxe facilidade para a reconstrução do trânsito.
Assim como outros cirurgiões defendemos a realização da colectomia direita totalmente laparoscópica rotineiramente e, sobretudo para os pacientes obesos, maiores beneficiados pela técnica.